A Grã-Bretanha tem seu dia de terceiro mundo

O que faz Economia parecer ciência é o fato de que populações quando submetidas às mesmas condições reagem de forma igual. No dia 18 de setembro desse ano a população da Escócia deverá escolher entre manter a união com a Inglaterra [que existe há mais de trezentos anos] ou dela se separar tornado-se, assim, um país independente.

ECONOMIA INTERNACIONAL

2/18/20252 min read

Nos últimos dias as pesquisas de opinião detectaram uma tendência para a separação o que aponta que os partidários da independência poderão sair vitoriosos no próximo dia 18. Essa perspectiva vem instabilizando o mercado financeiro britânico. Como num país do terceiro mundo,quando de crises econômicas ,também nesse caso o capital começa a “fugir”. Os jornais informam que há uma saída de capitais da Escócia com destino aos bancos ingleses. Importa lembrar que a Inglaterra negou a possibilidade de que a Escócia, uma vez independente, continuasse a usar a libra [Pound] como moeda nacional. Essa negativa contribui para criar insegurança fazendo como que poupadores e investidores procurassem colocar o seus recursos num lugar considerado seguro. E esse lugar tem sido a Inglaterra.

O Royal Bank of Scotland já anunciou que mudará a sua sede para a Inglaterra caso os partidários da separação saiam vitoriosos na consulta que se fará no dia 18. Essa decisão ,partindo de um banco tradicional, com certeza, não deve colaborar para aumentar a segurança do investidor escocês. É de se esperar, portanto, que tensão aumente e como ela o fluxo de recursos da Escócia em direção à Inglaterra.

A fuga de capitais é um dos ingredientes característicos nas crises econômicas dos países do terceiro mundo. A perda de confiança na moeda, ou na capacidade do Governo de garantir a sua estabilidade, precipita os investidores em direção à “porta de saída” levando à moeda local à fortes desvalorizações com dramáticas repercussões sobre a atividade econômica e sobre o emprego.

É evidente que no caso da Escócia não se tem uma crise na sua forma clássica tão bem conhecidas na America Latina e nos países do sudeste asiático. Afinal a Escócia ainda usa a mesma moeda que a Inglaterra e, a despeito de poder se tornar no próximo dia 18 um país independente, não sofre das fraquezas que acometem os países do terceiro mundo. De todo modo a semelhança das situações não deixa de ser inquietante.